"Num deserto de almas também desertas, uma alma especial reconhece de imediato a outra (...)."
ABREU, Caio Fernando. Aqueles Dois. In: Morangos Mofados. Editora Brasiliense: São Paulo, 1982, p.126.
ABREU, Caio Fernando. Aqueles Dois. In: Morangos Mofados. Editora Brasiliense: São Paulo, 1982, p.126.
Um comentário:
Versos íntimos
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
Augusto dos Anjos. In: Os Cem Melhores Poemas Brasileiros do Século. Organização de Ítalo Moriconi. Objetiva: Rio de Janeiro, 2001, pág. 61.
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